quinta-feira, 12 de abril de 2012

Correta Amostragem de Solo é Fundamental Para Recomendação de Calagem e Adubação

Na interpretação da análise do solo, para fins de recomendação de calagem e adubação, o técnico deve ter em mente as seguintes perguntas: "a análise de solo é representativa da área que vai ser objeto da recomendação? A amostra de solo foi coletada corretamente? Os dados da análise são recentes? Se foi o técnico que coletou as amostras, conclui-se que todos os quesitos básicos foram atendidos e a análise representa a média da área cultivada. Mas, se o técnico recebe uma análise para fazer a recomendação, as perguntas acima são pertinentes.
A coleta de amostras de solo é fundamental para o acerto da recomendação de calagem e adubação. Se a análise foi coletada incorretamente, os resultados da análise também serão, pois os dados da análise vão se basear na amostra de terra enviada ao laboratório. É comum o proprietário rural mandar um trabalhador coletar um pouco de solo, sem treinamento, sem conhecimento. O resultado é qualquer pouco de terra retirada de qualquer lugar. Os resultados desta prática incorreta aparecem depois na colheita: as plantas não respondem nem à calagem, nem à adubação; a produção é irrisória, muito abaixo dos níveis de produtividade alcançados na região. Perda de tempo, dinheiro posto fora. Numa área cultivada, você encontra diferentes colorações de solo, manchas onde não cresce nada ou pouco crescem, ondulações, diferentes textura, etc. Imagine uma amostra coletada apenas numa destas diferenças.

Na recomendação de calagem, é preciso interpretar os valores de soma de bases (S), teores de Ca e Mg, CTC a pH 7,0 (T), porcentagem de saturação por bases (V%), porcentagem de saturação por alumínio (m%), PN e PRNT do calcário. Existem Estados que calculam a necessidade de calagem pelo método neutralização do Al; outros pelo método saturação por bases V%; outros pela neutralização do Al mais suprimento de Ca e Mg. É importante saber qual o método usado em seu Estado.

Quanto à adubação, cada Estado possui uma tabela de recomendação de N, P2O5, K2O em kg/ha, uma interpretação dos valores de Ca, Mg, S, e micronutrientes. Esta tabela é fruto de longos anos de pesquisas e calibrações para que o agricultor obtenha o máximo rendimento econômico. Portanto, as tabelas de cada Estado são fundamentais para que o técnico possa recomendar a calagem e adubação para cada cultura. Estas tabelas são obtidas na Embrapa, Escritórios Municipais de Extensão Rural, Laboratórios de Análise do Solo, nos órgãos ligados ao desenvolvimento e assistência técnica. As análises de solo fornecem os teores de nutrientes contidos no solo, por exemplo N, P e K. De posse destes dados, nas tabelas existem faixas de interpretação que vão do muito baixo até muito alto, e cada uma possui os parâmetros de P e K. É só procurar, nas tabelas, onde se enquadram os valores de P e K e verificar os teores de P2O5 e K2O recomendados. A recomendação de N, geralmente, é calculada em função do teor de matéria orgânica no solo. Abaixo, para você entender melhor, umas tabelas de recomendação de adubação e um resultado de análise do solo. No Quadro1. procuramos definir apenas os dados de P e K de um resultado de análise do solo.

 
Baseados nos dados do Quadro 1. vamos apresentar duas tabelas de recomendação de adubação, de dois Estados diferentes, para demonstrar como enquadrar os dados da análise nas faixas das tabelas e encontrar a recomendação de adubação em kg/ha de N, P2O5 e K2O. As culturas são diferentes para mostrar que cada cultura tem a sua recomendação.


Os teores de P e K da análise do solo (12 e 0,16 respectivamente) foram enquadrados nas faixas de 7 - 15 de P e 0,16 - 0,30 de K. A recomendação de adubação para o trigo, no Estado de São Paulo, seria de 20 kg/ha N; 60 kg/ha de P2O5; e 20 kg/ha de K2O. Temos uma relação 20-60-20. Simplificando, a relação torna-se 1-3-1. Com esta relação, pode-se obter várias formulações similares. Para visualizar como se obtém formulações similares clique aqui.


Na tabela do Paraná, para a cultura da soja, os teores de P e K foram enquadrados nas faixas da tabela e obteve-se a recomendação de zero kg/ha N, 50 a 60 kg/ha de P2O5 e 70 kg/ha K2O. Uma relação 0-60-70. Simplificando, 0 - 1- 1,17.  Partindo desta relação, é possível encontrar as formulações similares.

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