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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Quanto Adicionar de K para Saturar a CTC do Solo

Quando se corrige a acidez do solo, com calcário, pretendemos elevar o pH do solo a 6,0 e haveria, com isto, a liberação de cargas negativas, na prática, equivalente a 65% da Capacidade de Troca de Cátions - CTC a pH 7.0 conhecida, também como valor "T". Se queremos saturar com potássio (K) 5,0% da CTC do solo, seria necessário calcular o quanto adicionar deste nutriente, empregando um fertilizante, o cloreto de potássio (KCl) que possui, na sua composição química, 60% de K2O. Qual a quantidade de cloreto de potássio que seria adicionada num solo, cuja análise apresentou os seguintes resultados:

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Converter Fósforo e Potássio dos Fertilizantes

Já vimos, em postagens anteriores, como converter o P em P2O5. Hoje vamos partir do inverso, isto é, converter P2O5 em P, K2O em K. Para isto, vamos partir de uma aplicação de tantos quilos de uma formulação de fertilizantes, que foi recomendada para aplicar por hectare. Nos fertilizantes fosfatados, o fósforo é expresso em P2O5%, e os potássicos em K2O%. Os nitrogenados expressam o nitrogênio em N%. Seja, por exemplo, uma aplicação de 250 kg/ha de uma fórmula de adubo 04-20-10. Em 100 kg do produto 04-20-10, temos: 4 kg N; 20kg P2O5; e 10 kg K2O. Em 250 kg do produto teremos: 10 kgN; 50

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Elevar os Níveis de P e K no Solo

O fósforo (P), no solo, é um nutriente importante na nutrição das plantas. Embora as plantas absorvam fósforo em pequenas quantidades, em relação aos outros nutrientes N e K, ele é, nas formulações de adubos, em geral, o nutriente expresso em maior quantidade. A literatura agronômica diz que do fósforo aplicado ao solo é aproveitado apenas 15 a 25%, devido aos problemas de fixação pelo alumínio e ferro, formando compostos insolúveis que não são aproveitados pelas plantas. Os solos brasileiros são pobres em fósforo. Há necessidade de elevar os níveis do nutriente no solo. As recomendações de adubação são baseadas em faixas com diferentes níveis de P do solo, conforme os resultados de pesquisa que avaliaram a eficiência agronômica e a economicidade da aplicação dos fertilizantes, criando pontos de retorno máximo, em termos de produção e lucro.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

As Conversões Solo/Adubo dos Nutrientes PK

Muitas vezes temos que lançar mão das conversões para podermos calcular as necessidades de nutrientes. Na literatura, na pesquisa, encontramos as necessidades de manutenção, em nutrientes NPK, de uma espécie vegetal para seu crescimento e produção, e estes nutrientes vem expressos na forma elementar. Por outro lado, os nutrientes contidos nos fertilizantes são expressos de outra forma, ou seja, o P em P2O5, o K em K2O. Então, há necessidade de converter a forma elementar na forma utilizada pelos adubos químicos. Para explicar isto vamos realizar um exercício para melhor entendimento.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A Meta é Diminuir a Importação de Potássio

O Brasil importa mais de 90% do potássio consumido na fertilização das lavouras. Porém, o preço vem aumentando muito nos últimos anos o que se torna um problema quando se quer reduzir o custo de uma lavoura. A FertBrasil é uma rede de pesquisa e inovação, que congrega 138 pesquisadores e técnicos de 22 unidades de pesquisa da Embrapa e 73 de outras entidades de pesquisa e extensão. O objetivo é gerar e transferir tecnologia visando o aumento da eficiência dos fertilizantes, e identificar fontes alternativas de nutrientes, com a formação de novos produtos para a agricultura. Estas fontes seriam minerais e resíduos orgânicos. No caso dos orgânicos, os resíduos suínos e de aves. Segundo Vinicius Benites da Embrapa, 10 a 15% do potássio consumido no Brasil poderia vir de dejetos de animais. Outra fonte seria a vinhaça, subproduto da Usina de cana, rica em potássio, e que poderia suprir o equivalente a 25% do potássio importado. Nos minerais, a utilização de rochas silicáticas. A rede FertBrasil pretende disponibilizar no mercado 21 produtos e processos visando eficiência com economicidade. Com isto esperam alcançar uma diminuição de 1,40% na importação de potássio, de imediato. Será analisada, ainda, o impacto desta tecnologia no meio ambiente, em comparação com o emprego dos fertilizantes convencionais.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

As Reações dos Fertilizantes Potássicos e o Solo

O potássio é um cátion que tem uma carga elétrica positiva, e é absorvido pela planta sob a forma de íon K+ presente na solução do solo. Os minérios de potássio não sofrem nenhum tratamento químico, como as rochas fosfatadas, para serem empregados diretamente na agricultura. Os minérios de potássio se formaram ao longo de milhões de anos pela evaporação de grandes mares e lagos que secaram, depositando no seu fundo os sais de potássio. No decorrer dos anos, estas camadas, existentes no fundo dos mares, foram cobertas por grandes camadas de rochas e solo. Por isto é que se encontram minérios de potássio a grandes profundidades (2.000 metros), causando um problema a sua exploração e a separação dos componentes não desejáveis.

terça-feira, 27 de abril de 2010

As Funções do Potássio para as Plantas

O potássio (K) desenvolve um papel vital em numerosas e importantes funções metabólicas da planta. O potássio é absorvido pela planta de duas maneiras: a primeira é a absorção do íon K+ da superfície das raízes por difusão,  um processo que não requer energia despendida pela planta; o segundo processo envolve o transporte do íon K+ através da membrana da raiz e liberá-lo no interior da mesma; este processo requer energia que a planta obtém pela respiração.
Em solos deficientes, o potássio pode se esgotar em menos de um dia. Há necessidade de liberar potássio para a solução do solo. Este processo se dá pela troca de cátions, onde o potássio trocável cede o seu lugar e migra para a solução do solo; daí a necessidade de manter uma quantidade de potássio no solo.

terça-feira, 13 de abril de 2010

As Vantagens da Fertirrigação

A fertirrigação, muito utilizada na fruticultura, no mundo inteiro, apresenta uma série de vantagens:

 aplicação da quantidade e concentração de um nutriente necessário à planta;
 aplicação de outros produtos como fungicidas, herbicidas;
 aplicação de misturas de fertilizantes e/ou fertilizantes líquidos que tenham, na sua composição, os micronutrientes;
 aplicação de nutrientes de acordo com as necessidades das plantas, evitando-se as dosagens excessivas de fertilizantes no solo, e a lixiviação de nutrientes;

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Saturando com Potássio a CTC a pH 7,0

Se quisermos saturar este solo com potássio (K) em 5% da CTC a pH 7,0 devemos aplicar o cloreto de potássio como adubação corretiva.


A CTC do solo é 5,46 cmolc/dm³. Saturando 5% com potássio teremos: 0,05 x 5,46 = 0,27 cmolc/dm³.K. O solo possui 24 mg/dm³ K: precisamos transformar em cmolc/dm³. Clicando aqui Conversão de Unidades Internacionais o leitor conhecerá as diversas fórmulas de converter os dados de interpretação de uma análise de solo.
K mg/dm³ x 0,0025582 = cmolc/dm³ K
24 x 0,0025582 = 0,06 cmolc/dm³ K
Portanto 0,27-0,06 = 0,21 cmolc/dm³ K que faltam para ter-se 5% da CTC a pH 7,0 ocupada por potássio. Devemos, agora, transformar estes cmolc/dm³ K em g/dm³ K.
1 cmolc/dm³ K .....................0,3909 g/dm³ K
0,21 cmolc K/dm³.....................X g/dm³ K
X= 0,21 x 0,3909 /1 = 0,08 g/dm³ K
Isto significa que em 1 dm³ de solo temos 0,08 g/dm³ K
g/dm³  K = cmolc/dm³ K x 0,3909
Num hectare que corresponde a 2.000.000 dm³, teremos:
g/dm³ K x 2.000.000 = kg/ha K
0,08 x 2.000.000 = 160.000 g = 160 kg/ha K
Como no fertilizante cloreto de potássio o K está expresso em K2O, é preciso transformar os 160 kg K/ha em K2O. Usa-se o coeficiente 1,20458.
K2O = K x 1,202458
160 x 1,20458 = 192,7 kg/ha K2O
Como é obtido o coeficiente 1,20458?
em K2O temos........... K2. Usando os pesos atômicos teremos:
(39,09x2) + 15,99......39,09x2
em 94,17 temos.........78,18;
94,17/78,18 = 1,20458
Para se encontrar a quantidade de cloreto a ser aplicada, como adubação corretiva, parte-se de uma regra de três:
em 100 kg de KCl temos...................60 kg de K2O
...............X....................................192,7 kg/ha de K2O
X = (100 x 192,7) / 60 ;
X = 320 kg/ha de KCl

SIMPLIFICANDO
Vimos que a saturação com potássio de 5% da CTC deste solo corresponde a 0,27 cmolc/dm³ K. O solo, por sua vez, tem 24 mg/dm³ K que transformado em cmolc/dm³ K deu 0,06. Faltam, portanto, 0,21 cmolc/dm³ K.
Agora, inicia-se a simplificação.
1° - transformar cmolc/dm³ K em g/dm³ K
g/dm³ K = cmolc/dm³ K x 0,3909 = 0,08 g/dm³ K
2° - transformar g/dm³ K em kg/ha K
kg/ha K = g/dm³ K x 2.000 = 160 kg/ha K
3° - transformar kg/ha K em kg/ha K2O
kg/ha  K2O = kg/ha K x 1,20458 = 192,7 kg/ha  K2O
Para se encontrar a quantidade de cloreto a ser aplicada como adubação corretiva parte-se de uma regra de três:
em 100 kg de KCl temos...................60 kg de K2O
...............X....................................192,7 kg/ha de K2O
X = (100 x 192,7) / 60 ;
X = 320 kg/ha de KCl

OUTROS ASSUNTOS
TABELA DE CONVERSAO DE UNIDADES DAS ANALISES DE SOLOS
INTERPRETANDO A ANÁLISE DE SOLO
CALCULO DA DOSAGEM DE VINHAÇA
ABSORÇAO DOS NUTRIENTES DA SOLUÇAO DO SOLO

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O teor de potássio (K) do solo transformado em K2O

Tendo-se o teor de potássio no solo, podemos avaliar quanto representa em K2O. E conhecendo o teor de K2O podemos calcular quanto isto representa em cloreto de potássio.
A análise do solo apresentou um teor de potássio (K) de 0,28 cmolc /dm³. Quanto representa em kg/ha de K2O e quantos kg/ha de cloreto de potássio (60% K2O) ?
1 cmolc K/dm³ = peso atômico (g)/valência/100
1 cmolc K/dm³ = 39 g/1/100 = 0,39 g K/dm³
então 0,28 cmolc /dm³ x 0,39 g/dm³ K = 109 mg/dm³. Sabemos que mg/dm³ ou ppm x 2 = kg/ha
Logo, 109 mg/dm³ x 2 = 218 kg/ha K
K2O ...........................K2
(39x2)+16 ...............39x2
em 94 kg/ha K2O..........78 kg/ha K
............. X ................... 218 kg/ha K
X = (218 x 94) / 78 = 262 kg/ha K2O.

100 kg KCl ............... 60 kg K2O
.........X....................... 262 kg/ha K2O
X = (262 X 100) / 60 = 436 kg/ha de cloreto de potássio (KCl)

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Saturação de Potássio (K) da CTC a pH 7,0 com KCl

Com a aplicação, em adubação corretiva, em toda a área, de cloreto de potássio com um teor de 60% de K2O, podemos calcular que esta adubação contribuiu para aumentar o teor de potássio no solo e saturar de potássio a CTC a pH 7,0 a uma determinada percentagem.
Seja um solo que apresenta o valor T igual a 7,2 cmolc/dm³ e o teor de potássio é de 0,08 cmolc/dm³. Foram empregados, neste solo, como adubação corretiva por hectare, a quantia de 400 kg de cloreto de potássio que possui 60% de K2O.


Vamos calcular quanto de K2O fornece os 400 kg de KCl (cloreto de potássio)
Em 100 kg KCl temos .......60 kg K2O
400 kg KCl teremos ................. X .......
X = (400 x 60) / 100 = 240 kg K2O
Por outro lado, considerando os pesos atômicos do potássio K=39 e do oxigênio O= 16 (arredondamos), calcularemos quantos g/ha de potássio (K) representa os 240 kg de K2O.
K2O ------------------ K2
(39x2) + 16 --------- (39x2)
em 94 kg K2O .......... 78 kg K
em 240 kg K2O ............ X.....
X = (94 x 240) / 78 = 199 kg/ha K = 199.000 g K/ha
Considerando que 1 hecatre de solo à profundidade 0-20 cm tem 2.000³ ou 2.000.000 dm³:
199.000 g k ........ 2.000.000 dm³
..........X...........................1 dm³
X = (1 x 199.000) /2.000.000 = 0,0995 g/dm³ K
cmolc/dm³ K = peso atômico (g)/valência/100
cmolc/dm³K = 39 g/1/100 = 0,039 g/dm³

1 cmolc/dm³ K ..................0,39 g/dm³
..........X..............................0,0995 g/dm³
X = (0,0995 x 1) / 0,39 = 0,25 cmolc/dm³ K
Como o solo já tem 0,08 cmolc/dm³ K ele ficou com 0,33 cmolc/dm³ (0,25+0,08).
Para saber que percentagem da CTC foi saturada com potássio:
Em 7,2 cmolc/dm³ ................. 0,08 cmolc/dm³ K
............ X ....................................0,33 cmolc/dm³ K
X = (0,33 x 7,2) / 0,08 = 4,58%

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Utilização do KCl para Saturar em K a CTC a pH 7,0

A adubação corretiva com potássio serve para saturar a CTC a pH 7,0 de um solo com este nutriente. Muito importante quando se quer elevar a saturação com potássio através de uma adubação corretiva. Para isto precisamos calcular a quantidade de cloreto de potássio (KCl) por hectare.
Seja um solo que apresenta uma CTC a pH 7,0 (T) de 6,25 cmolc/dm³. O teor de potássio (K) é de 0,06 cmolc/dm³ e queremos saturar esta CTC em 4% de K.
Em 100% corresponde .....6,25 cmolc/dm³
4% corresponderá ------------- X -------
X = (4 x 6,25) /100 = 0,25 cmolc/dm³ de K
Ora o solo já tem 0,06 cmolc/dm³ de K. Falta acrescentar (0,25-0,06) = 0,19 cmolc/dm³ de K.
cmolc/dm³ = peso atômico (g)/valência/100
cmolc/dm³ K = 39/1/100 = 0,39 g/dm³ = 390 mg/dm³
1 cmolc/dm³ K corresponde ..........0,39 mg/dm³
0,19 cmolc/dm³ K corresponderá a .......... X .........
x= (0,19x0,39)/1 = 0,074 g/dm³ de K
Sabemos que 1 ha de solo na profundidade de 0-20 cm tem 2.000 m³ de terra = 2.000.000 dm³.
Então, 0,074 g de K corresponde ........1 dm³
..............X g de K corresponderá........2.000.000 dm³
X= (2.000.000) x 0,074) / 1 = 148.000 g/ha K ou 148 kg/ha de K
Temos que transformar, agora K em K2O. Vamos utilizar o peso atômico do potássio que é 39 e do oxigênio 16 (arredondamos).
K2O --------------- K2
(39x2) + 16------(39x2)
em 94 kg/ha K2O temos 78 kg/ha de K
--------X -------------- 148 kg/ha K
X = (148 x 94) / 78 = 178,35 kg/ha de K2O
Resta agora calcular a quantidade de KCl a ser utilizada. O cloreto de potássio tem 60% de K2O.
Em 100 kg KCl temos .........60 kg de K2O
-----X kg KCl teremos...... 178,35 kg de K2O
X = (178,35 X 100) / 60 = 297,5 arredondando 300 kg/ha de KCl

"Portanto, 300 kg/ha de Cloreto de Potássio, aplicado como adubação corretiva, em toda a área, vai elevar o teor de potássio no solo de 0,06 para 0,25 cmolc/dm³ promovendo uma saturação em potássio da CTC a pH 7,0 em 4%".

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Cálculo da Percentagem de Saturação de Cátions do Solo

Tendo a CTC a pH 7,0 e os teores Ca, Mg e K no solo, podemos calcular a percentagem de saturação destes cátions.

O solo apresenta uma CTC a pH 7,0 de 6,25 cmolc/dm³ e teores de Ca = 8; Mg = 2 e K = 9; estes expressos em mmolc/dm³. Como o valor T está expresso em cmolc/dm³, temos que transformá-lo em mmolc/dm³. Para isto basta multiplicá-lo por 10.
T = 6,25 cmolc/dm³ x 10 = 62,5 mmolc/dm³
% saturação de Ca = (100 x Ca) / T = (100x8) /62,5 = 12,8%

% saturação de Mg
= (100 x Mg) / T = (100 x 2) /62,5 = 3,2%

% saturação de K = (100 x K) / T = (100 x 9) / 62,5 = 14,4%
Vimos que a relação C/Mg é de 4:1. Na correção do solo devemos observar esta relação. O calcário a ser utilizado, de preferência um dolomítico que contém cálcio e magnésio; ou a mistura com um calcítico para manter a relação Ca/Mg.
Quanto ao potássio (K), a percentagem de saturação está baixa e deve ser aplicada, no solo, uma correção de potássio em toda área utilizando o cloreto de potássio.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Adubação dos Citros nos Estados de Sergipe e Bahia

Os citros, no Brasil, são encontrados do Norte e Nordeste, ao Sudeste e Sul. Pelas características do solos brasileiro serem pobres em nutrientes e ácidos, a produtividade das laranjas ainda é muito baixa. Os citros desenvolvem-se melhor em solos com pH entre 6,0 e 6,5 e uma saturação por bases (V%) de 60 a 65. Por isto, esta cultura merece uma atenção melhor do produtor, com adoção de práticas modernas, visando o aumento da produtividade. Já publicamos, anteriormente, uma matéria sobre a calagem em citros mostrando os benefícios desta prática. Resta agora a adubação: e os Estados de Sergipe e Bahia serão o alvo desta matéria.

Adubação:
Para a recomendação de adubação é necessário que o citricultor tenha em mãos a análise do solo das áreas dos pomares. A análise do solo serve para conhecer o nível de fertilidade de um solo, e assim recomendar corretamente os fertilizantes. Quanto maior o número de amostras simples (subamostras) maior é a possibilidade de se ter uma amostra representativa. As plantas absorvem os nutrientes durante todo o ano, principalmente na época de floração e formação de novos ramos e folhas.Quando se aumenta a aplicação de potássio (K), utilizando o cloreto de potássio, aumenta-se a concentração de K disponível no solo.

ESTADO DE SERGIPE:

Pomar em formação:
Como aporte de fósforo (P2O5) usa-se 500 g/cova de superfosfato triplo, no plantio. Como fonte de matéria orgânica, usa-se o esterco de bovino ou torta de mamona ou esterco de galinha poedeira. O volume de esterco de bovino não deve ultrapassar 30% do volume da cova; a torta de mamona e o esterco de galinha não deve ultrapassar 10%. Quando se usa uma fonte orgânica deve-se esperar 30 dias para o plantio da muda, pois a mineralização da matéria orgânica libera calor. Em relação ao N recomendado pode-se substituir 1/3 da dose por produtos orgânicos, no plantio: 5 a 10 kg de esterco curtido, ou 3 a 5 kg de esterco de aves, ou 1 a 2 kg de torta de mamona por cova. O nitrogênio é o nutriente mais exigido pela planta cítrica durante a fase vegetativa. Na tabela abaixo sobre a recomedação de nutrientes aplicando matérias-primas, em vermelho está expressa a quantidade de supersimples, uréia e cloteto de potássio; logo abaixo, em preto, estão expressas as quantidades de nutrientes em N, P2O5 e K2O recomendadas, e baseadas na interpretação de P e K no solo. Em lugar do supersimples pode-se usar supertriplo corrigindo a quantidade a aplicar. A vantagem do supersimples é ele possuir enxofre (S) na sua composição.

Na tabela a seguir temos exemplos de como usar as fórmulas prontas de fertilizantes: basta saber em que faixas estão o P e o K no solo. Sabendo isto, usa-se a dose recomendada de P2O5 e K2O para tal faixa de interpretação e mais o N; tudo conforme a idade da planta. Obtém-se as necessidades de nutrientes, as relações simplificadas que multiplicadas por números (coeficientes) vão nos dar as fórmulas similares; e a partir destas as quantidades a aplicar.

Pomar em produção:
O nitrogênio deve ser aplicado com base na recomendação feita através de uma análise foliar; o fósforo (P2O5) e o potássio (K2O) com base no resultado da análise do solo. A quantidade de nitrogênio e de potássio deve ser fracionada em duas aplicações: no início e no final do período chuvoso; o fósforo deve ser aplicado numa única vez, no início das chuvas. Já nos pomares em formação ou em produção, pode-se usar 5 a 20 t/ha de esterco de curral, ou a 1 a 5 t/ha de torta de mamona. Os nutrientes devem ser aplicados em faixas, ao lado ou ao redor da planta. A faixa inicia 20 cm do tronco até 1,80 m do mesmo.O plantio de leguminosas entre as linhas pode ser uma opção como fornecimento de nitrogênio. O enxofre pode ser aplicado na adubação foliar – menos de 2 g/kg, usando sulfato de amônio (12% S) ou superfosfato simples (24% S). Quando o teor de magnésio, no solo, é menor que 1 cmolc/dm³, e na folha menor que 3 g/kg deve-se usar calcário dolomítico ou aplicação foliar de sulfato de magnésio de 4 g/L.
Micronutrientes:

ESTADO DA BAHIA:

Adubação de plantio:
É feita no sulco ou na cova usando-se calcário e superfosfato simples. Deficiência de boro (B) no solo - menor que 0,2 mg/dm³ - usar 1 g/m de B
Deficiência de zinco (Zn) no solo - menor que 1,2 mg/dm³ - usar 2 g/m de sulfato de zinco que pode ser aplicado junto com o supersimples.

Adubação de formação:
Inicia-se após o pegamento da muda até a idade de cinco anos. As quantidades de fertilizantes variam conforme o resultado da análise do solo e idade da planta. Pode se usar fertilizantes simples, misturas de grânulos, misturas granuladas. A uréia não deve ser aplicada em solo úmido e se seguido por mais de três dias de estiagem, pois há volatilização da amônia e perdas de N. Evitar a incorporação dos fertilizantes, por gradagem, pois danifica as raízes, cortando-as.
Adubação de produção
Começa a partir do sexto ano. Os fertilizantes são parcelados em quantidades e épocas de aplicação. Na Bahia, esta prática vai de março a agosto ou durante todo o ano se houver irrigação. Os fertilizantes devem ser colocados ao alcance das raízes para que haja um melhor aproveitamento dos nutrientes pelas mesmas. Nos citros, as adubações orgânicas e verde são recomendáveis. Os adubos orgânicos são capazes de fornecer N para as plantas. Os orgânicos nas quantidades abaixo fornecem, cada um, 10 kg de N:
2.000 kg de esterco de curral
500 kg de esterco de aves
200 kg de torta de mamona
Micronutrientes:
Nos pomares de produção os micronutrientes zinco (Zn), boro (B) e manganês (Mn) podem ser aplicados no solo ou via foliar: o boro, de preferência, por via solo; o zinco e o manganês, via foliar; utiliza-se a uréia e o cloreto de potássio como coadjuvantes nas aplicações foliares, pois melhoram a absorção dos micronutrientes. A melhor época para aplicá-los, via foliar, é durante o processo vegetativo da planta: em 3 a 4 aplicações parceladas. Na fase de produção, a primeira ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Quando a deficiência de boro for intensa aplicar 2 kg/ha de B em duas aplicações anuais.
Doses de micronutrientes por 100 litros de água
Zn – 300 g – sulfato de zinco
Mn – 300 g – sulfato de manganês
Cu - 250 g – hidróxido de cobre
B - 50 g – ácido bórico; ou 100 g borax
Mo - 30 g – molibdato de sódio

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Calagem e Adubação do Milho no RS e SC

A área plantada com milho no RS é de 1,28 milhão de hectares com uma produção de 5,1 milhões de toneladas alcançando uma produtividade média de 3.984 kg/ha. A FARSUL calcula que serão plantados na safra 2009/2010, 800 mil hectares; uma redução de 35%.
O baixo preço da saca de milho e a alta dos insumos estão desencorajando os produtores. Com isto, o milho vai ceder área para a soja que ganhará 500.000 para seu incremento. Há esperanças que a situação melhore nos próximos meses. O milho é uma cultura muito importante para o Estado: alimentação humana, e de animais (suinocultura e aves).

Calagem:
Os solos do Rio Grande do Sul são ácidos e para um bom desenvolvimento das plantas, que se traduza em aumento de rendimentos, é necessária a prática da calagem.
Leia mais sobre a determinação da calagem nos solos do RS.(clique aqui)

Adubação do Milho:

Nitrogênio (N):
No milho, o nitrogênio é recomendado em função do teor de matéria orgânica e da cultura antecedente.
Utiliza-se 15 kg/ha de N para cada expectativa de produção de 1.000 kg/ha. Se a cultura antecedente foi uma consorciação ou pousio utiliza-se a média de N recomendada para leguminosas e gramíneas, dentro de cada faixa de teor de matéria orgânica, e expectativa de produção.
As expectativas de rendimentos de 4, 6, 8 t/ha vão depender: do clima; disponibilidade de chuvas; semeadura em época ideal; alta densidade de plantas; irrigação; variedades de alto potencial de produção; correção da fertilidade do solo com todos os nutrientes aportados. Todas estas qualidades concorrem para uma expectativa de produção de mais de 8 t/ha.
Leia mais sobre inoculação de sementes de milho

Sistema convencional:
Recomenda-se de 10 a 30 kg/ha de N na semeadura, de acordo com a expectativa de rendimento; e o restante, em cobertura, quando as plantas apresentarem de 4 a 8 folhas; ou 40 a 60 cm de altura. Se o período for de chuvas e a dose de N for elevada, pode-se dividir a adubação de cobertura em duas partes com intervalo de 15 a 30 dias entre cada uma.

Sistema Plantio Direto (SPD):
Recomenda-se aplicar 20 a 30 kg/ha de N na semeadura quando for em resíduos de gramíneas, e 10 a 15 kg/ha de N quando o cultivo for em resíduos de leguminosas. Antecipando-se a adubação de cobertura com N para quando a planta possuir 4-6 folhas, consegue-se bons resultados. Quanto às fontes nitrogenadas, tanto o sulfato de amÔnio como a uréia proporcionaram rendimentos iguais, em aplicações superficiais. A escolha de uma ou outra fonte vai depender do custo da unidade de N de cada uma; a uréia tem 42-45% de N, e o sulfato de amônio 20% de N.

Fósforo (P) e Potássio (K)
No RS+SC, as recomendações de adubação em fósforo e potássio são estabeleciads para dois cultivos sucessivos: milho depois trigo; trigo depois soja; soja depois trigo. No caso do milho, as recomendações são estabelecidas para expectativas de produção de 4, 6 e 8 t/ha. A partir de 4 t/ha, acrescenta-se 15 kg/ha de P2O5 e 10 kg/ha de K2O para cada 1.000 kg de expectativa de rendimento. Elaboramos, abaixo, uma tabela onde o milho é plantado no 1° cultivo e novamente em sucessão, no 2° cultivo.


Na tabela abaixo, temos dois cultivos sucessivos: milho, no 1° cultivo; e trigo no 2° cultivo. Há, ainda, as necessidades de N, P2O5 e K2O em kg/ha e as fórmulas similares que podem ser utilizadas; elas fornecem as mesmas quantidades de nutrientes, apenas variando na quantidade de aplicação. A expectativa de produção de milho é de 6 t/ha, e a do trigo de 2 t/ha.


Após dois anos, uma nova análise de solo deve ser feita para verificar as condições de fertilidade do solo. É muito importante!.

Leia mais sobre "como calcular fórmulas similares"

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Adubação e Calagem da Soja no RS

Calagem:
A recomendação de calagem, no sistema convencional baseia-se no índice SMP; no sistema de plantio direto a recomendação é determinada pela análise dos critérios principais: pH em água e V%; não havendo concordância entre os dois critérios, analisa-se a porcentagem de saturação por Al (m%), e o teor de fósforo no solo. Leia mais sobre isto

Adubação da Soja:

Nitrogênio:
Devido ao processo de fixação biológica do N do ar pelas bactérias do gênero Risobium, não é recomendada a aplicação de fertilizantes nitrogenados na cultura da soja.

Fósforo e Potássio:
As recomendações para fósforo (P) e potássio (K) são determinadas pela Comissão de Química e Fertilidade do Solo – RS/SC. Os assistentes técnicos das lavouras, os escritórios de extensão rural, etc, devem estar cientes das tabelas elaboradas por esta Comissão, para as diversas culturas, e assim recomendar as necessidades de adubação. A Comissão elabora tabelas visando dois cultivos em sucessão, e preconiza a prática de ser feita nova análise do solo após dois anos.
Vamos mostrar abaixo as recomendações para duas culturas em sucessão: no primeiro cultivo a soja, e no segundo cultivo, o trigo; conforme o teor de matéria orgânica e a interpretação de P e K no solo.


No trigo, a recomendação de nitrogênio (N) no plantio é de acordo com o teor de matéria orgânica; as quantidades levam em conta se a cultura antecedente foi uma leguminosa ou uma gramínea.
Convém chamar a atenção que as recomendações da Comissão para o trigo, a soja, são para uma expectativa de produção de 2.000 kg/ha.

Nosso objetivo aqui é mostrar que com as recomendações de nutrientes podemos chegar a diversas fórmulas que são similares, variando apenas a quantidade em kg/ha. Vamos supor cinco áreas de terra em que será feito um planejamento: plantio de soja no primeiro cultivo e trigo no segundo cultivo. Os dados de matéria orgânica e interpretação de P e K são hipotéticos.
Para a soja adotamos uma expectativa de produção média de 3.000 kg/ha. Para cada 1.000 kg/ha de expectativa de produção de soja, deve-se adicionar à recomendação a quantia de 15 kg/ha de P2O5 e 25 kg/ha de K2O, como fizemos no exercício. Na postagem já publicada "Encontrando fórmulas similares de adubo" mostramos como chegar às mesmas: leia aqui sobre este assunto



Como a cultura antecedente foi uma leguminosa (soja no primeiro cultivo) as doses de N, variam de 60 a 20 kg/ha conforme o teor de matéria orgãnica no solo. Mas quanto ao nitrogênio aplicado por ocasião do plantio do trigo, adotamos a dosagem de 20 kg/ha - pode-se usar de 15 a 20 kg/ha - e o restante deverá ser aplicado em cobertura.

Enxofre:
A soja responde à aplicação de enxofre (S). Em solos que apresentam teores de S inferiores a 10 mg/dm³ devem receber 20 kg/ha de S.

Micronutrientes:
A aplicação de molibdênio (Mo) deve ser feita em solos com pH em água menor que 5,5 , e quando a soja apresenta, no desenvolvimento inicial, uma coloração amarelecida generalizada das folhas; isto acontece porque o processo de fixação biológica ainda não está completamente eficiente. Uma maneira para evitar esta deficiência é, antes do plantio, misturar 12 a 25 g/ha de molibdênio com as sementes; ou quando a deficiência aparece na lavoura, aplica-se 25 a 50 g/ha de Mo, via foliar. Utilizam-se os molibdatos solúveis em água: molibdato de amônio que contém 54% de Mo; ou molibdato de sódio que possui 39% de Mo. A mistura de molibdato com as sementes deve ser feita antes da inoculação das mesmas. As aplicações foliares devem ocorrer 30 a 45 dias após a emergência.
Outros micronutrientes devem ser aplicados somente quando a análise do solo constatar deficiências de um ou mais elementos.
Entretanto, cuidados devem ser tomados quanto aos micronutrientes molibdênio e cobalto (Co): nas áreas que existe integração lavoura-pecuária, o teor de Mo nas pastagens deve ser avaliado constantemente. Sabe-se que a calagem eleva o pH, e isto aumenta a disponibilidade de Mo; por sua vez, o Mo pode afetar o metabolismo do cobre (Cu) em ruminantes. A aplicação de Mo no solo deve ser suspensa quando o teor do micronutriente, na parte aérea das plantas, atingir 5 mg/kg de Mo.
Quanto ao cobalto (Co), as quantidades a serem aplicadas não devem ultrapassar 3 g/ha de Co, para evitar a fitotoxidez para a soja.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Adubação da Cultura do Milho

O milho responde muito bem à correção da acidez e à aplicação de nutrientes através dos fertilizantes. A medida que aumenta a produção, as exigências de N e K são maiores; depois o Ca, Mg e P. É muito importante que o produtor de milho atente para o fato de aplicar no solo as técnicas modernas a fim de obter altas produções em suas lavouras que compensem os gastos com os insumos aplicados, mão de obra, investimentos, e principalmente a remuneração do seu trabalho. Hoje não se pode pensar mais em aventurar na lavoura: temos sementes de alta capacidade de produção desde que os produtores utilizem e apliquem as técnicas modernas, orientados por agrônomos e técnicos.
Nitrogênio (N):
É o nutriente mais absorvido pela planta de milho. Sua deficiência limita a produtividade. Entretanto, o N está sujeito a uma série de perdas: volatilização, desnitrificação, lixiviação. A sua eficiência na utilização pelas plantas é de 60%, motivada por estas perdas.
O nitrogênio (N), como o fósforo (P), é mais exigido na fase de desenvolvimento e no período de formação da espiga; a menor absorção se verifica no período compreendido entre a emissão do pendão e o início da formação da espiga. O importante são os solos apresentarem alto teor de matéria orgânica. Solos com baixos teores de matéria orgânica apresentam baixas produções ou torna-se oneroso a compensação com maiores quantidades de adubos nitrogenados. A mineralização da matéria orgânica, a reciclagem de resíduos de culturas e a aplicação de fertilizantes nitrogenados minerais ou orgânicos são as fontes de fornecimento de N para o milho. Podemos reduzir as aplicações de N se contarmos com bons teores de matéria orgânica no solo: para isto devemos dar ênfase à rotação de culturas; a integração lavoura-pecuária; a cobertura verde, etc. O plantio do milho sobre a palhada, de culturas anteriores, contribui para economia na aplicação de nitrogenados.
Para se determinar a quantidade de N recomendada para o milho deve-se levar em consideração o teor de matéria orgânica do solo, e a expectativa de produtividade.





O produtor deve planejar a sua lavoura: o essencial do negócio é a rentabilidade; deve-se levar em conta: os riscos; a ocorrência de geadas; a utilização de híbridos de alto potencial produtivo; a fertilidade do solo nas camadas de 0-20 e 20-40. Isto tudo satisfeito e havendo condições favoráveis, pode o produtor pensar em doses de N superiores a 150 kg/ha.
Para evitar a lixiviação, recomenda-se parcelar as doses de N nas seguintes condições:
1) solos arenosos – baixa matéria orgânica, baixa fertilidade, mal drenados:
até 30 kg/ha de N no plantio, e cobertura no estádio de duas a quatro folhas (V2-V4)
2) solos com menores perdas de N:
antecipar até 45 kg/ha de N; adubação de base na semeadura, e adubação de cobertura no estádio (V2-V4).
O milho, por remover grandes quantidades de N, precisa de adubação de cobertura com nitrogenados. E o milho responde à aplicação de nitrogenados com altas produções. A adubação nitrogenada antecipada deve ser feita no mesmo dia da semeadura para evitar perdas por lixiviação. A adubação em cobertura deve ser realizada até o estágio de 4 folhas, pois é nesta fase que se define o potencial produtivo do milho. Para a produção de cada 1.000 kg de grãos são exportados 16 kg/ha de N.
A adubação em cobertura do milho sequeiro deve ser feita com 40 a 80 kg/ha. Nas culturas irrigadas, devido às condições favoráveis para altas produtividades, deve-se aplicar de 100 a 150 kg/ha.

Fósforo:
O fósforo (P) é limitante à produção em solos da Região dos Cerrados. As exigências de P são menores que as de N e K. Mas sabe-se que do P aplicado ao solo, a planta aproveita de 15 a 25% devido à fixação do P no solo.

Potássio (K):
O potássio, após o N, é o segundo nutriente mais absorvido pelas plantas. Como nos demais Estados da Região Central, o teor deste nutriente, no solo, é pequeno: insuficiente para suprir as quantidades exigidas pelas culturas em sucessão. O milho também responde muito bem à aplicação de potássio (K). Aplica-se de 120 a 150 kg/ha de K2O. Em solos arenosos, a aplicação de doses superiores a 80 kg/ha de K2O, recomenda-se parcelar: metade da dose no plantio, e a outra metade junto com a adubação de cobertura nitrogenada. O potássio (K) é importante no período de 30 a 40 dias de desenvolvimento quando se verifica a máxima absorção; daí a necessidade de K como arranque neste período.



Enxofre (S):
Os solos do MS e dos Cerrados são deficientes em enxofre (S). A diminuição dos teores de matéria orgânica; o uso contínuo de fertilizantes cujas matéria primas apresentam pouco ou nenhum S; as quantidades extraídas pelas culturas contribuem para esta deficiência do nutriente no solo. Para se verificar a necessidade de enxofre é preciso fazer a análise do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 porque este nutriente é muito móvel no solo e se acumula nas camadas mais profundas
A manutenção é feita com 5 kg de S para cada 1.000 kg de grãos de milho como expectativa de produção.
Micronutrientes:
No Brasil, o zinco (Zn) é o mais limitante à produção: principalmente na Região Central, em vegetação de cerrado. No caso de correção de deficiências, utiliza-se, via foliar, 400 l/ha de solução a 0,5% de sulfato de zinco neutralizada, com 0,25% de cal extinta.
As aplicações de calagens de maneira superficial (0-10 cm) ou rasa têm proporcionado problemas de deficiências de manganês (Mn).

Fonte: Embrapa. Fundação MS

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Adubação da Soja

A área plantada com soja no Brasil atinge 21,7 milhões de hectares. A produção nacional é da ordem de 57,1 milhões de toneladas.


A produtividade média está em 2.629 kg/ha ou 43,8 sacas/ha.
A soja responde muito bem à calagem e à adubação do solo. Como os solos do Brasil são deficientes em fósforo, há necessidade de repor este nutriente e outros que se fazem necessários. Para isto, uma boa amostra de solo, representativa da área, é questão fundamental para a recomendação da calagem e dos fertilizantes. O produtor não deve se descuidar desta prática pois ela é essencial, aliada a outras práticas culturais de acordo com a técnica, ao bom desenvolvimento da planta que irá se traduzir em ganhos de produitividade, compensando os gastos dispendidos na lavoura. Vamos abordar os macronutrientes primários NPK+S. Sobre os micronutrientes, já comentamos em publicações anteriores neste blog.

Nitrogênio (N):
O nitrogênio é o nutriente mais requerido pela soja. Para produzir 1.000 kg de grãos ela precisa de 83 kg de N. A principal fonte de N é a fixação biológica através das bactéria do gênero Rhisobium. Além da inoculação das sementes com as bactérias, é necessária a aplicação de 2-3 g/ha de cobalto (Co) e 12-30 g/ha de molibdênio (Mo). Estes micronutrientes são indispensáveis no processo de fixação biológica do N. A aplicação pode ser realizada via semente ou via foliar.

Fósforo (P):
É o nutriente importante na produtividade. Como os solos brasileiros são deficientes em fósforo, sua deficiência se manifesta no baixo porte da planta, na altura de inserção das primeiras vagens e na colheita.
Nos cerrados, a correção de fósforo deve ser feita quando vai se usar a área por um período de cinco anos com outras culturas como: milho, trigo, feijão. Ela pode ser feita de duas maneiras: a correção em uma única vez; e a correção gradual no plantio junto com a manutenção.



A adubação de manutenção é recomendada quando os níveis de P mg/dm³ estão em níveis médio ou bom.
Produção de 3.000 kg/ha – 60 kg/ha de P2O5
Produção de 4.000 kg/ha – 80 kg/ha de P2O5

Potássio (K):
Os solos dos cerrados se caracterizam por baixa CTC e baixo potássio. A soja responde à adubação com potássio. Na literatura há indicações que para cada 1 kg de K2O aplicado, a soja produz 8 kg de grãos a mais do que num solo sem adubação. A suficiência de K é de 30 mg/dm³ para solos arenosos e de 50 mg/dm³ para solos argilosos.
Solos com mais de 20% de argila – adubação corretiva total de potássio
Solos com menos de 20% de argila – não se deve fazer corretiva total de K devido às perdas por lixiviação.Para uma produção de 3.000/ha de grãos, aplicar 60 kg/ha de K2O. Nos solos com menos de 20% de argila deve-se preferir correção gradual de K à lanço ou parcelada. O parcelamento deve ser feito 50% da dose no sulco de plantio, e os restantes 50% em cobertura, 30 dias após a emergência.

Acima de 50 mg/dm³ usar adubação de manutenção (M) usando 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos a ser produzida

Atingido este nível deve-se fazer a adubação de manutenção (M) usando 20 kg de K2O para cada 1.000 kg de grãos a ser produzida.

Enxofre (S):
Os solos do MS e dos Cerrados são deficientes em enxofre (S). A diminuição dos teores de matéria orgânica; o uso contínuo de fertilizantes cujas matéria primas apresentam pouco ou nenhum S; as quantidades extraídas pelas culturas contribuem para esta deficiência do nutriente no solo. Para se verificar a necessidade de enxofre é preciso fazer a análise do solo nas camadas de 0-20 e 20-40 porque este nutriente é muito móvel no solo e se acumula nas camadas mais profundas A manutenção (M) é feita com 10 kg de S por uma produção esperada de 1.000 kg de grãos de soja.
Com base nas tabelas acima, podemos fazer as recomendações das quantidades de nutrientes a serem aplicados no solo através da utilização de fertilizantes químicos. Podemos usar várias fórmulas, que chamamos similares, que guardam uma relação constante entre seus nutrientes, e de acordo com as quantidades aplicadas estaremos colocando, no solo, a quantia correta dos nutrientes recomendados.


O importante é achar a relação em que estão os nutrientes; esta relação deve ser a mesma, ou com pouquíssimas diferenças, que encontramos na fórmula sugerida. E multiplicando esta relação por coeficientes (10, 15, 20, 18...etc), vamos obtendo as diversas fórmulas similares. Para saber a quantidade basta dividir o teor do nutriente recomendado pelo seu respectivo número na fórmula, e multiplicar por 100. Por exemplo: teor recomendado de potássio: 60 kg/ha de K2O ; valor do K na fórmula 00-20-15 é 15% de K2O. Logo: 60/15 x 100 = 400 kg/ha da fórmula 00-20-15. No quadro abaixo, podemos ver duas situações: diferentes teor de argila; diferentes interpretações de P e K no solo. As necessidades de P2O5 e K2O em kg/ha estão numa relação que multiplicada por coeficientes vão nos dar várias fórmulas que podem ser utilizadas (fórmulas similares), diferenciando-se, apenas, da quantidade a ser aplicada. Para outras interpretações de P e K, é somente adotar o mesmo raciocínio.
Fonte: Embrapa, Fundação MS

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Adubação do Café

Notícias dão conta que os cafeicultores dos cerrado mineiro diminuíram em 30% a adubação tendo em vista o aumento dos fertilizantes. O produtor que em 2007 pagava de 900 a 1.000,00 por tonelada de adubo, em 2008 teve que desembolsar de 1.500 a 1.600,00 para adquirir a mesma tonelada. Para 2009 a projeção de redução de safra gira entorno de 30%. E isto vai influir nos anos subseqüentes. Na adubação de um hectare de café, o produtor gasta 1,8 t de adubo. Segundo Pierre Vilela, da FAEMG, em 2005, o produtor para comprar uma tonelada de adubo precisava de 2,7 sacas de café. Em 2007, 3 sacas e em 2008, 4,2 sacas.
É claro que a planta adubada corretamente, com as necessidades de nutrientes por ela exigidas, responde com altas produtividades. Por outro lado, altas produtividades exportam mais nutrientes. Então, esta diminuição de 30% no emprego de fertilizantes refletir-se-á na safra e, conseqüentemente, nas safras seguintes chegando a um empobrecimento do solo se outras medidas não forem tomadas. Outros cafeicultores estão reduzindo os custos com fertilizantes usando a palha do café. Esta palha é rica em nitrogênio (N) e potássio (K). Obtém-se cerca de 8% de palha vinda da produção de café. A economia com fertilizantes químicos chega a 10%. Mas sempre é necessária uma análise do solo para aplicar a quantidade correta.
Na adubação do cafezal, o fósforo (P) é o principal nutriente, indispensável durante todo o ciclo da planta. Entretanto, este nutriente, nos solos ácidos sofre com a fixação e se liga ao ferro e alumínio formando compostos insolúveis não aproveitados pelas plantas. Daí a necessidade da calagem para liberar este fósforo tornando-o disponível para a planta. O baixo teor de matéria orgânica contribui, também, porque em condições normais a mineralização da matéria orgânica é importante para liberar fósforo disponível para a planta. Como o fósforo é importante na formação do sistema radicular, dizem que é importante aplicar o fósforo via radicular. Entretanto, como fonte de fósforo, não se usa em sua totalidade o superfosfato simples porque ele contém, além deste nutriente, mais o enxofre. Mas para não onerar os custos, os cafeicultores preferem usar uma fonte alternativa de enxofre (S). O sulfato de amônio é outra fonte de enxofre. Mas este fertilizante acidifica o solo. Os cafezais, na sua maior parte, estão situados em solos ácidos. Além da acidez são carentes em cálcio (Ca) e magnésio (Mg). O uso em grandes quantidades de sulfato de amônio contribui para acidificar mais estes solos. É preciso um equilíbrio. O desequilíbrio pode influir na eficiência dos fertilizantes e diminui consideravelmente a produtividade do cafezal.
No sul de Minas, no período de outubro a março é que a planta aproveita melhor os nutrientes quando a adubação é feita de 3 a 4 vezes. Os adubos nitrogenados que apresentam as maiores perdas por lixiviação devem ser aplicados em intervalos de 40-60 dias. Quanto ao potássio (K), duas aplicações são suficientes. Em solos arenosos, o potássio deve ser parcelado com o nitrogênio. O fósforo pode ser aplicado em uma única vez, como no caso da fosfatagem.

Adubação do PlantioDeve ser feita conforme o resultado da análise do solo. Por exemplo:
Para uma recomendação de 40 g/cova de fósforo e 20 g/cova de potássio temos uma relação 00-40-20. Dividindo-se a relação por 20 teremos uma relação simplificada 0-2-1. Multiplicando por 10, a fórmula encontrada é 00-20-10. A quantidade é encontrada dividindo-se a recomendação de fósforo (40 g) pelo teor do nutriente na fórmula (20) e multiplicando por 100. Chega-se a uma dose de 200 g/cova desta formulação. Adiciona-se até 1 g/cova de boro (B) e até 2 g/cova de zinco.
Conforme o teor de matéria orgânica no solo, aplica-se esterco de curral em L/cova.
Matéria orgânica <> 20 g/kg – 2 L/cova.

PegamentoProcede-se a adubação de cobertura utilizando-se 4 g/planta de N (10 g de uréia) de 2 a 3 aplicações, no período chuvoso. Isto é importante, pois a aplicação em períodos secos, com estiagem, provoca perdas de nitrogênio para o ar. Ou utilizar sulfato de amônio pois as perdas de N são bem menores, mas há o perigo de acidificar o solo pelas reposições continuadas. O adubo é aplicado ao redor da planta a uma distância de 10 cm do caule.

Primeiro ano após o plantioAplicar 6 g/planta de N (15 g de uréia) e mais 4 g/planta de K (7 g de cloreto de potássio por 2 ou 3 vezes, no período chuvoso. Em vez de utilizar os fertilizantes simples (uréia, cloreto de potássio), pode-se utilizar os fertilizantes em misturas. Neste caso, seria utilizada a fórmula 15-00-10 na base de 40 g/planta por aplicação.

Segundo ano e sucessivos
Aplica-se o dobro da recomendação para o primeiro ano. Neste caso, 80 g/planta da fórmula 15-00-10 por aplicação.

Terceiro ano e sucessivos
Seria a adubação de produção. Aqui, mais uma vez, chamo a atenção dos cafeicultores para realizarem a análise do solo e a análise de planta (foliar). A medida que se busca maiores produções de sacas/ha, a necessidade e a reposição de nutrientes aumenta. Existem tabelas de recomendação para os Estados produtores de café. Vamos supor que para uma produção de 50-60 sacas de café por hectare, as necessidades de nutrientes para um solo cuja análise foliar e do solo apresentaram os seguintes resultados:
N nas folhas – 27 g/kg
P – 8 mg/dm³
K – 0,17 cmolc/dm³. Em mmolc/dm³ seria 1,7
A recomendação técnica foi de 160 g/planta de N, 70 g/planta de P2O5 e 140 g/planta de K2O. Temos uma relação 160-70-140. Dividindo ela pelo menor número (70) teremos uma relação simplificada: 2,28-1-2. Multiplicando pelo coeficiente 8 chegamos a uma fórmula 18-8-16. Dividindo a recomendação, por exemplo, N (160) pelo N da fórmula (18) e multiplicando por 100, a dose será de 900 g/planta.
No caso de aplicar fertilizantes simples, as quantidade a serem usadas para os 160 N-70 P2O5-140 K2O seriam: 350 g de uréia, 150 g superfosfato triplo e 230 g de cloreto de potássio.
A adubação nitrogenada deve ser parcelada em 4 vezes e a com potássio em 2 vezes. Entretanto pode-se usar uma fórmula que contenha os dois nutrientes: NK. Ou seja, as necessidades são 160 N e 140 K2O.
Nitrogênio (N): 160 em 4 aplicações – 40 g/planta/aplicação
Potássio (K): 140 em duas aplicações – 70 g/planta/aplicação
Por aplicação temos: 40 N + 70 K2O. Dividindo por 70 teremos uma relação simplificada de 1-1,75. Multiplicando por um coeficiente 10, a fórmula será 10-00-18. A quantidade: 400 g/planta/aplicação.
As outras 2 de nitrogênio de 40 g por aplicação, seria 90 g/planta/aplicação de uréia.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte II

Na "Calagem e Adubação do arroz irrigado no RS - Parte I, comentamos sobre as necessidades de calcário, interpretação da análise do solo quanto a sua necessidade, quando aplicá-lo, os micronutrientes, a toxidez do ferro. Nesta Parte II, vamos abordar os nutrientes NPK, as recomendações de adubação com estes nutrientes, de acordo com os teores dos mesmos no solo, e buscando um incremento de produtividade em t/ha, ou seja, uma produção acima da média da região com cultivares que não foram adubados; de acordo com o que se espera incrementar em termos de produtividade. Busca-se incrementar o potencial dos cultivares. Os dados foram obtidos através dos pesquisadores do Instituto Riograndense do Arroz - IRGA.

O Nitrogênio (N):
O nitrogênio no solo é proveniente da decomposição e mineralização da matéria orgânica. Portanto, neste caso, a matéria orgânica avalia a disponibilidade de nitrogênio no solo. Em relação ao nitrogênio, os cultivares de arroz irrigado são divididos em três categorias:
Cultivares tradicionais: aqueles que apresentam baixa resposta à aplicação de nitrogênio;
Cultivares intermediários: apresentam resposta intermediária – variedades americanas;
Cultivares modernos: são aqueles que apresentam maior resposta ao N.
Incremento de produtividade:
As tabelas de recomendação de nutrientes (NPK) são baseadas nos “rendimentos potenciais” de cada região, e no “incremento de produtividade”. O “rendimento potencial” de uma região é a produtividade média alcançada sem adubação. Por isto, nas tabelas de recomendação, a seguir, encontramos incrementos de produtividade de 2, 3, 4 t/ha.




Quando a radiação solar é alta – no período de 15 dias antes do florescimento e 15 dias depois – há probabilidades de rendimentos elevados, e, portanto a resposta do arroz à aplicação de quantidades maiores de nitrogênio (N); isto se consegue quando o arroz é semeado dentro da época recomendada.
A uréia e o sulfato de amônio são as fontes de N mais recomendadas – amídica e amoniacal, respectivamente – pois, nestas condições de solo irrigado, as perdas de N por lixiviação e desnitrificação são menores. Os fosfatos diamônio (DAP) e monoamônio (MAP) usados pelos fabricantes nas formulações, como fontes de nitrogênio e fósforo, também são recomendáveis quando aplicados em cobertura.
Se a cultura anterior foi uma leguminosa/gramínea, a recomendação de N pode ser reduzida em 30%; ou se em lavouras anteriores houve ocorrência de bruzone, visto que o desenvolvimento desta doença é favorecido pelo excesso de N; ou houve um exagerado desenvolvimento vegetativo.
A aplicação de N deve ser parcelada; em solo seco utiliza-se 10 kg/ha de N e o restante em cobertura. Nas dosagens inferiores a 50 kg/ha a aplicação de N deve ser feita numa única vez por ocasião da diferenciação da panícula.
Na cobertura pode-se aplicar a metade no início do perfilhamento (emissão da 4ª folha) e a outra metade na diferenciação da panícula. Em cultivares de ciclo longo - maior que 135 dias – aplica-se 1/3 no perfilhamento, 1/3 no perfilhamento pleno e mais 1/3 na diferenciação da panícula.
No sistema pré-germinado, a aplicação de N na semeadura não é indicada pelas perdas de desnitrificação.Nos solos secos, aplicar N em cobertura três dias antes da irrigação. A irrigação incorpora o fertilizante e o deixa disponível por um período mais longo. A aplicação sobre a água deve ser com a lâmina não circulante.

O Fósforo:
O nutriente fósforo (P) tem um papel muito importante no crescimento da planta, e devido a sua baixa mobilidade no solo, sua grande translocação no interior da planta, sua dose deve ser aplicada totalmente no plantio. Os fosfatos naturais reativos misturados com os fosfatos solúveis em água têm mostrado eficiência agronômica em solos com teores de P maiores que 3 mg/dm³.
Para solos com teores de P Mehlich acima de 3 mg/dm³ pode-se utilizar fosfatos naturais reativos. Mas lembre-se! “O fosfato natural deve ser reativo”. Fosfatos naturais reativos são aqueles que aplicados ao solo apresentam eficiência agronômica. Como saber se um fosfato natura é reativo? Quando o fosfato natural apresentar alta solubilidade num extrator, o ácido fórmico a 2%, na relação 1:100. Relação 1:100 significa 1 g de fosfato diluído em 100 ml de ácido. No Mercado Comum Europeu, os fosfatos naturais são considerados reativos quando apresentam mais de 55% do fósforo total solúvel em ácido fórmico 2%, 1:100. Quanto maior esta percentagem mais reativo é o fosfato natural.
Os fosfatos naturais de Gafsa, Arad, apresentam alta reatividade. Infelizmente os fosfatos naturais brasileiros são de baixa reatividade; prestam-se mais para serem solubilizados por ácidos fortes – fosfórico, sulfúrico – para a produção de fosfatos solúveis em água.
Em solos que receberam fosfatos naturais, como fonte de P, deve-se adotar o método resina. Para solos com teores acima de 6,0 mg/dm³ e 20 mg/dm³ de P – respectivamente Mehlich e Resina – as probabilidades de retorno econômico são muito pequenas, pois estes valores são considerados teores críticos. Neste caso, a adubação fosfatada deve, apenas, repor os nutrientes retirados pelas culturas.


O Potássio (K):
O arroz irrigado é exigente em potássio (K), mas apresenta baixa resposta ao nutriente. Isto pode ser devido ao K contido na água de irrigação, os processos de troca no complexo coloidal do solo, a liberação de K nas frações não trocáveis, pela inundação, e a substituição do K pelo sódio (Na); o sódio é abundante em grande parte dos solos cultivados com arroz.
Aqui, a capacidade de troca de cátions, CTC a pH 7,0 foi considerada:
Tabela K
O cloreto de potássio deve ser o principal fertilizante a ser usado nestes solos cultivados com arroz.
O sulfato de potássio (50% de K20), em condições de temperatura alta pode liberar H2S que é tóxico para o arroz.






Exercício:
Um produtor mandou fazer a análise do solo, na área a ser plantada com arroz irrigado, e o resultado foi 2,8% de matéria orgânica M.O., médio teor de potássio (K), uma CTC a pH 7,0 de 5,4 cmolc/dm³, um teor de fósforo (P) de 2,01 mg/dm³ pelo método Mehlich, e 8,0 mg/dm³ de P pelo método Resina. A meta é um incremento de produtividade de 4 t/ha. O produtor utilizará cultivares modernos com alta resposta à adubação. Na safra 2008/2009 foi plantado uma leguminosa, a soja, e vem ocorrendo nas safras anteriores o aparecimento da doença bruzone. Quais as fórmulas de fertilizantes similares que podem ser aplicadas na lavoura ?
Pelas tabelas anteriores de recomendação, as necessidades de nutrientes NPK são:
Nitrogênio (N): 110 kg/ha;
Fósforo (P2O5): 60 kg/ha;
Potássio (K2O): 70 kg/ha
Aplicação de N:como foi plantada soja na safra anterior e vem ocorrendo ataque de bruzone, vamos reduzir a necessidade deste nutriente em 30%, ou seja, vai ser preciso 77 kg/ha.
O produtor irá aplicar 10 kg/ha de N, no plantio, e 0s restantes 66 kg/ha ele irá aplicar em cobertura, dividindo a dose em 2 aplicações: 33 kg/ha no perfilhamento, e os restantes 33 kg/ha na diferenciação da panícula.
Então no plantio, será aplicado 10 kg de N, 60 kg de P2O5 e 70 kg de K2O. Temos uma relação entre os nutrientes de 10-60-70. Vamos simplificar esta relação dividindo todos pelo menor número; neste caso, 10. Obtemos uma relação simplificada 1-6-7. Para achar as fórmulas similares, basta multiplicar esta relação por coeficientes (2,3,4,...8).
Por exemplo, multiplicando por 3 a relação simplificada, teremos uma fórmula 03-18-21. Qual a quantidade em kg/ha desta fórmula para fornecer os nutrientes que o arroz precisa? É só "dividir a necessidade de qualquer nutriente – por exemplo, 10 – pelo teor respectivo do nutriente na fórmula, e multiplicar por 100". É o caso de (10/3) x 100 = 333 kg/ha. Ou (70/21) x 100 = 333 kg/ha. No quadro abaixo são apresentadas outras fórmulas similares, seguindo este raciocínio.





Estas fórmulas encontradas baseiam-se nos dados hipotéticos apresentados como espelho dos teores de nutrientes encontrados no solo, e que serviram para a execução do exercício. Na prática, é só identificar os teores de nutrientes de uma análise do solo, estabelecer as recomendações de nutrientes, elaborar a relação simplificada, e chegar às formulas de fertilizantes similares.

Convém alertar, entretanto, que os “incrementos de produtividade” dependem da utilização de sementes certificadas, o bom manejo do solo, controle de pragas e doenças, e outras práticas, são essenciais para um incremento da produção. Esquecer isto e só pensar em adubar, não resolve nada. As recomendações de adubação são uma média da resposta do arroz irrigado à adubação e ao incremento de produtividade. As dosagens devem ser ajustadas à capacidade de resposta dos cultivares a este incremento. Nada adianta utilizar altas recomendações de nutrientes visando um máximo de incremento na produção, e utilizar cultivares de arroz tradicionais, de baixa resposta.